
O Banco do Brasil vai fechar a agência da rua 7 de Setembro, em Catanduva. Outras duas unidades da região, em Cândido Rodrigues e Taiúva, serão transformadas em agências de negócios, só para venda de produtos. O projeto de reestruturação do BB prevê o fim de 361 agências, além da demissão de mais de 5 mil trabalhadores, descomissionamento de funções e a extinção do cargo de caixa.
O plano é mantido pela direção do banco, apesar de protestos realizados por bancários de todo o país. Em Catanduva, várias atividades vêm sendo realizadas pelo Sindicato dos Bancários desde que as medidas foram anunciadas, em janeiro. Paralisações, reuniões com funcionários, panfletagens, ações judiciais, atos públicos e tuitaços fazem parte da mobilização contra o desmonte do banco público.
“Temos lutado contra essa política de desmonte do BB para a privatização. Não teremos mais caixas para atender as pessoas que precisam entrar na agência para pagar uma conta ou descontar um cheque. A direção do banco e o Governo Federal querem destruir o banco público, que deveria ser usado para fomentar a economia”, ressalta o presidente Roberto Vicentim, presidente do Sindicato.
A agenda de mobilizações em defesa do Banco do Brasil e de seus funcionários ganhou a adesão da Câmara. Frente ao chamado do Sindicato, a vereadora Taise Braz (PT) apresentou moção de apelo ao presidente do banco público, André Guilherme Brandão, solicitando que revogue a normativa de reestruturação da rede bancária. A iniciativa foi aprovada pelo plenário no dia 26 de fevereiro.
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“Vivemos uma crise sem precedentes na história contemporânea, causada pelo aprofundamento da pandemia da Covid-19 e, com ela, o fechamento de inúmeras empresas em nosso país. Uma medida como esta certamente levará um grande número de famílias a redobrar seu sacrifício, visto que o mercado de trabalho não consegue absorver nem mesmo a mão de obra ociosa”, apontou a vereadora.
Segundo Vicentim, além de gerar empregos, o Banco do Brasil é uma instituição pública que tem um papel histórico no desenvolvimento econômico do país, realizando operações e chegando a lugares que os bancos privados não têm interesse em atuar.
“Destruir o banco que financia 70% da produção de alimentos, possibilitando menor custo aos agricultores, trará impactos irreversíveis para a economia e às famílias brasileiras. Demitir milhares de trabalhadores diretamente e outros tantos indiretamente é um empurrão a mais para o caos social e econômico já instaurado no país”, completa o sindicalista.